Ligo para o celular de minha melhor amiga, mal ela atende pergunto:
- E aí, beleza? Tudo na paz com você?
- Tudo bom, mas quem está falando?
- Não reconhece? É o Adalberto!
- Não tenho a menor idéia de quem seja!
- Então me desculpe, foi engano...
Não desligo, permaneço mudo esperando desligarem do outro lado. Ela não desliga, pelo contrário, mantém o celular empunhado, ouço a respiração dela e imagino o que se passa na cabeça dessa criatura que conheço tanto. Finalmente cai a ficha lá do outro lado:
- ABÊ???
Sorrio.
- Eu mesmo! Quem mais se chama Adalberto no seu círculo de amizades?
- Que eu saiba nem você tem esse nome. Desde que te conheço só te chamo por Absurdos ou Ab... No máximo um Beto, mas nunca imaginei que Beto viesse de Adalberto!
- Tem tudo a ver... Adalberto, Beto.
- Muito distante. Ainda se fosse Roberto, Alberto, Norberto...
- Não exagere. Adalberto também pode ser resumido para Beto.
- Trabalhei com um Dagoberto que se recusava a dizer o nome e se apresentava pelo sobrenome, Silva, quando a turma fez uma festa de fim de ano e solicitou um nome menos formal, disse que preferia ser chamado de Beto.
- Também não esculacha com meu nome, Adalberto é muito mais bonito que Dagoberto.
- Não combina com você. Muito pesado para um amigo meu... Não consigo me imaginar amiga de um Adalberto. Qual é seu sobrenome?
Não sei se ela falou sério, tanto tempo de amizade e só agora descubro que minha amiga (antes virtual e agora real), se recusa a ter amizade com um cara que tem o nome de Adalberto. Lá do outro lado da linha ela percebe que pode ter exagerado e solta uma gargalhada. Do lado de cá a minha orelha já está quente. Conversar muito pelo celular esquenta a orelha! Passo a informação que motivou a ligação, desligo e começo a pensar em nomes. Já fui chamado até de Abrangente! Mesmo assim gosto do meu nome, ele tem uma peculiaridade que sobrepuja a pompa (eu acho meu nome completo um tanto quanto pomposo), chega a ser uma preciosidade, meu nome começa no A e termina no Z.
Será que meus pais pensaram nisso quando escolheram, juntos imagino, o nome desse filho que vos escreve? Será que os pais consideram, quando estão decidindo o nome do filho, que o pobre vai carregar essa escolha por toda uma vida? Se bem que não somos obrigados a carregar nomes que nos são impostos. Os filhos da Baby Consuelo, por exemplo, cresceram e escolheram nomes diferentes dos que receberam. Aliás, a própria Baby trocou o nome, agora é Baby do Brasil. Coisa linda! Uma flor de maracujá. Linda é toda a família do Pepeu, bem resolvida, sem neuras com essa coisa de nomes:
- Mãe, vou trocar meu nome...
- Legal filha, vai nessa que espero você voltar e a gente treina a te chamar pelo novo nome.
- Tchau!
Meia hora depois a jovem retorna:
- Voltei... Agora sou Sarah Sheeva.
A porta ainda nem fechou quando chega o Pepeu:
- Consuelo, viu minha calça? Aquela com tecido feito da cannabis?
- Meu nome não é Consuelo, é Baby do Brasil!
- Ué! Que bicho mordeu sua mãe Riroca?
- A Riroca deixou de existir pai, agora meu nome é Sarah Sheeva!
- Xiiiiii... Entrei na casa errada?
A Baby, ex-Consuelo, alopra:
- Nem pense em fazer graça entrando no apartamento da frente! Acabo com você e com aquela lambisgóia oxigenada!
- Pô Baby, não encana com a vizinha... E o nome dela não é lambisgóia, é Lourdes Di Gengiba!
- Gengiba pai?
- Isso.
- Que maneiro! Se soubesse que podia ter nomes esquisitos teria trocado o meu para Bassora!
Os pais carinhosos e compreensivos esquecem a vizinha loira, abraçam e consolam a filha que ainda está em crise nominal:
- Semana que vem você troca novamente filha.
- Troca sim. Se quiser vamos te chamando de Beréba para acostumarmos.
- É Bassora mãe!
- Que seja... que seja.
Melhor ser confundido com um Dagoberto. Ou mesmo um Abrangente! Desencano e ligo para o Deco. Esse é quase um irmão e sabe todos meus nomes e apelidos.
- E aí, beleza? Tudo na paz com você?
- Tudo bom, mas quem está falando?
- Não reconhece? É o Adalberto!
- Não tenho a menor idéia de quem seja!
- Então me desculpe, foi engano...
Não desligo, permaneço mudo esperando desligarem do outro lado. Ela não desliga, pelo contrário, mantém o celular empunhado, ouço a respiração dela e imagino o que se passa na cabeça dessa criatura que conheço tanto. Finalmente cai a ficha lá do outro lado:
- ABÊ???
Sorrio.
- Eu mesmo! Quem mais se chama Adalberto no seu círculo de amizades?
- Que eu saiba nem você tem esse nome. Desde que te conheço só te chamo por Absurdos ou Ab... No máximo um Beto, mas nunca imaginei que Beto viesse de Adalberto!
- Tem tudo a ver... Adalberto, Beto.
- Muito distante. Ainda se fosse Roberto, Alberto, Norberto...
- Não exagere. Adalberto também pode ser resumido para Beto.
- Trabalhei com um Dagoberto que se recusava a dizer o nome e se apresentava pelo sobrenome, Silva, quando a turma fez uma festa de fim de ano e solicitou um nome menos formal, disse que preferia ser chamado de Beto.
- Também não esculacha com meu nome, Adalberto é muito mais bonito que Dagoberto.
- Não combina com você. Muito pesado para um amigo meu... Não consigo me imaginar amiga de um Adalberto. Qual é seu sobrenome?
Não sei se ela falou sério, tanto tempo de amizade e só agora descubro que minha amiga (antes virtual e agora real), se recusa a ter amizade com um cara que tem o nome de Adalberto. Lá do outro lado da linha ela percebe que pode ter exagerado e solta uma gargalhada. Do lado de cá a minha orelha já está quente. Conversar muito pelo celular esquenta a orelha! Passo a informação que motivou a ligação, desligo e começo a pensar em nomes. Já fui chamado até de Abrangente! Mesmo assim gosto do meu nome, ele tem uma peculiaridade que sobrepuja a pompa (eu acho meu nome completo um tanto quanto pomposo), chega a ser uma preciosidade, meu nome começa no A e termina no Z.
Será que meus pais pensaram nisso quando escolheram, juntos imagino, o nome desse filho que vos escreve? Será que os pais consideram, quando estão decidindo o nome do filho, que o pobre vai carregar essa escolha por toda uma vida? Se bem que não somos obrigados a carregar nomes que nos são impostos. Os filhos da Baby Consuelo, por exemplo, cresceram e escolheram nomes diferentes dos que receberam. Aliás, a própria Baby trocou o nome, agora é Baby do Brasil. Coisa linda! Uma flor de maracujá. Linda é toda a família do Pepeu, bem resolvida, sem neuras com essa coisa de nomes:
- Mãe, vou trocar meu nome...
- Legal filha, vai nessa que espero você voltar e a gente treina a te chamar pelo novo nome.
- Tchau!
Meia hora depois a jovem retorna:
- Voltei... Agora sou Sarah Sheeva.
A porta ainda nem fechou quando chega o Pepeu:
- Consuelo, viu minha calça? Aquela com tecido feito da cannabis?
- Meu nome não é Consuelo, é Baby do Brasil!
- Ué! Que bicho mordeu sua mãe Riroca?
- A Riroca deixou de existir pai, agora meu nome é Sarah Sheeva!
- Xiiiiii... Entrei na casa errada?
A Baby, ex-Consuelo, alopra:
- Nem pense em fazer graça entrando no apartamento da frente! Acabo com você e com aquela lambisgóia oxigenada!
- Pô Baby, não encana com a vizinha... E o nome dela não é lambisgóia, é Lourdes Di Gengiba!
- Gengiba pai?
- Isso.
- Que maneiro! Se soubesse que podia ter nomes esquisitos teria trocado o meu para Bassora!
Os pais carinhosos e compreensivos esquecem a vizinha loira, abraçam e consolam a filha que ainda está em crise nominal:
- Semana que vem você troca novamente filha.
- Troca sim. Se quiser vamos te chamando de Beréba para acostumarmos.
- É Bassora mãe!
- Que seja... que seja.
Melhor ser confundido com um Dagoberto. Ou mesmo um Abrangente! Desencano e ligo para o Deco. Esse é quase um irmão e sabe todos meus nomes e apelidos.
engraçado que eu tenho uma crise nominal parecida.
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